Sem leitos, pacientes dormem no chão de hospital em Fortaleza

Familiares de pacientes denunciam a precariedade no setor de emergência do Hospital do Coração de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, da rede pública do Governo do Ceará.

Segundo parentes, muitos doentes estão esperando atendimento no chão. Em um vídeo feito na emergência do hospital, um homem, com o acesso do soro, está deitado no chão, apenas sobre um lençol. Ao lado dele, mesmo no desconforto, idoso dorme.

Outro vídeo mostra um paciente fora do leito passando mal; à noite chega, mais sofrimento: quatro pacientes tentam dormir no chão em frente à sala de raio-x.

“O pessoal chega aqui para ser internado e fica nesta situação. Pelo menos se ficasse em uma maca, mas ficando no chão pegando bactéria pegando todo tipo de doença”, diz um familiar que prefere não se identificar.

O hospital diz que tem cadeiras disponíveis, mas os pacientes acabam deitando no chão.

Caso ‘comum’

A segurança Valdência Gomes diz que é comum pacientes ficarem no chão. E que muitos pegam outras doenças durante a espera. O irmão dela ficou cinco dias no chão por falta de leito.

“Depois de vários dias eles conseguiram uma poltrona. Depois que eu disse que ia filmar e colocar nas redes sociais. Queria que o diretor visse isso aí. Que ele olhasse a administração. Essas cirurgias”, reclama.

De acordo com a denúncia de familiares dos pacientes isso acontece com os pacientes da emergência. Os acompanhantes dizem que nesta quarta-feira (28), pelo menos, cinco pessoas continuam no chão e que, à medida que paciente vão recebendo alta, outros são levados para cadeiras.

A dona de casa Edilma Rufino está com a mãe idosa que conseguiu uma cadeira. Mas, ela dormiu três dias no chão. “Faz tempo que estamos aqui uns oito anos. Chega a dar até câimbras”, diz revoltada.

Outra paciente que prefere não se identificar disse que o marido tem sofrido com dores no coração enquanto aguarda um cateterismo. Ela também ficou doente depois de seis dias dormindo no chão do hospital, enquanto ele segue internado na cadeira.

“Colocam um lençol no chão e ele está sete dias sentado numa cadeira e dizem que vão transferir e não fizeram nada”, denuncia.

Demanda crescente

Em nota, a direção do hospital informou que o setor de emergência foi ampliado em 2017, passando de 82 para 130 leitos, e que mais 48 leitos de enfermaria estão em construção.

Por ser referência estadual e ter uma demanda crescente, o Hospital de Messejana está atualmente operando além da sua capacidade, conforme a nota. Pacientes menos complexos são transferidos para leitos de retaguarda, em hospitais secundários parceiros.

FONTE: G1.

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