JBS terá direito a receber R$ 13,4 milhões do Ceará, mesmo após crise
Empresa que instaurou nova crise política no Ceará, a JBS tem hoje crédito tributário de R$ 13,4 milhões com o Governo do Estado. Ou seja, mesmo após acusarem o ex-governador Cid Gomes (PDT) de ter articulado propinas com a empresa, delatores Joesley e Wesley Batista ainda terão direito a receber pagamento milionário do Estado.
A informação foi confirmada em nota da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE). Segundo a pasta, créditos da empresa são oriundos do Programa de Incentivo às Atividades Portuárias e Industriais (Proapi), o mesmo apontado por delação de Wesley Batista como “moeda de troca” por propinas na campanha eleitoral de 2014.
Entre 2015 até hoje, o governo do Ceará não efetuou qualquer pagamento do Proapi para a JBS. Segundo a SDE, não houve repasse para nenhuma empresa em 2015. “A partir de 2016, os repasses respeitaram a condição financeira do Estado e a proporcionalidade de recursos a serem liberados das demais empresas”, diz nota.
Incentivo industrial
O governo destaca que o Proapi foi criado em julho de 1995, e é importante fomentador da indústria calçadista do Estado, gerando renda e empregos. Ao contrário do que diz delação de Wesley Batista, no entanto, o programa não concede incentivos fiscais (como na isenção do ICMS), mas sim financeiros com base em um fundo estadual.
Em entrevista nesta segunda-feira, 22, o ex-governador Cid Gomes (PDT) defendeu importância do programa e negou que quaisquer repasses ao grupo tenham vinculação com ações do governo.
“Essas denúncias foram feitas para obter alguma vantagem em delação premiada. Um deles gravou o presidente, gravou o candidato da oposição, e esse sujeito (Wesley), precisando de algum fato, deu conta de inventar mentiras contra mim”, disse.
INFORMAÇÃO: O Povo.