Gleisom Silva 
Foto: Fernando Frazão.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quinta-feira (30) que a Petrobras é a responsável por decidir eventuais reajustes no preço dos combustíveis, e não o governo federal. A estatal está analisando um possível aumento no óleo diesel, cujo preço está defasado devido à variação do dólar nos últimos meses.
“Desde o meu primeiro mandato, aprendi que quem autoriza o aumento do petróleo e derivados é a Petrobras, e não o presidente da República”, afirmou Lula em entrevista coletiva no Palácio do Planalto. O presidente também mencionou uma reunião recente com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, para discutir o cenário dos preços dos combustíveis.
Lula destacou que, mesmo com um possível reajuste, o preço do óleo diesel ainda será menor do que em dezembro de 2022, sem considerar a inflação acumulada de 2023 e 2024.
Impacto no transporte e possível reação dos caminhoneiros
Ao ser questionado sobre o impacto do aumento do diesel no transporte de cargas e a possibilidade de protestos de caminhoneiros, Lula afirmou que o governo estará aberto ao diálogo.
“Se tiver uma movimentação de caminhoneiros, vou fazer o que fiz a vida inteira: nós vamos conversar com os caminhoneiros. Vamos conversar com todo e qualquer setor que tiver qualquer problema com o governo”, disse o presidente.
Inflação e preços dos alimentos
Lula também abordou a preocupação com a inflação dos alimentos, que se tornou uma das prioridades do governo no início de 2025. Ele garantiu que não tomará medidas intervencionistas para conter os preços, evitando práticas como as adotadas no Plano Cruzado, nos anos 1980.
“O aumento dos preços da cesta básica é sempre muito ruim, porque aflige os mais pobres. Mas eu não tomarei nenhuma medida daquelas que são bravata. Não farei cota, não colocarei helicóptero para viajar fazenda e prender boi, como foi feito no Plano Cruzado. Não estabelecerei nada que possa criar um mercado paralelo”, declarou.
O presidente aposta no aumento da produção agrícola como solução para conter a inflação dos alimentos. Segundo ele, o governo pretende fortalecer o financiamento e a modernização da produção, especialmente para pequenos e médios produtores, responsáveis por grande parte da oferta de frutas, verduras e legumes consumidos no Brasil.
“Precisamos aumentar a produção e dar mais apoio à pequena e média agricultura, que são responsáveis pela produção de quase 100% dos alimentos consumidos no país”, concluiu Lula.
FONTE: Agência Brasil
