Paciente psiquiátrico está mais sujeito a sofrer violência e morte por doenças

Pessoas com doenças mentais severas estão mais sujeitas à violência e têm maior risco de mortalidade do que pacientes hospitalizados por outras condições clínicas, revela estudo realizado por pesquisadores brasileiros e americanos e publicado no periódico científico The Lancet.

A pesquisa analisou hospitalizações e mortes no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde).

O objetivo dos cientistas de UFSJ (Universidade Federal de São João del-Rei), UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e Universidade de Washington era verificar o atendimento a pessoas com doença mental em um país em desenvolvimento e comparar os dados com a literatura de países desenvolvidos.

Para isso, eles consideraram os sistemas de informações hospitalares e de mortalidade do Ministério da Saúde, fazendo o recorte a partir de pacientes classificados com esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressão no momento da admissão no hospital.

De 1º de janeiro de 2000 a 21 de abril de 2015, 72.021.918 pacientes foram hospitalizados, sendo 749.720 (1,04%) com doença mental severa. Ao todo, 5.102.055 morreram, sendo 67.485 (1,32%) pacientes psiquiátricos.

Ao analisarem os números, os pesquisadores encontraram maiores riscos de morte associada a infecções como tuberculose e HIV e a doenças cardiovasculares, diabetes e epilepsia entre os pacientes psiquiátricos. Também observaram níveis maiores de morte por suicídio, por lesões não intencionais, como incêndios e quedas, e por homicídio.

“Pacientes com doença mental grave, especialmente do sexo feminino, estão altamente expostos à violência e têm um risco relativo que é 2,4 vezes a taxa de pacientes hospitalizados sem doença mental grave”, afirmam os autores. Eles destacam ainda a alta prevalência de violência sexual contra pacientes psiquiátricos, maior entre as mulheres (26,6%) do que entre os homens (12,5%), e o alto risco de mortalidade por infecções evitáveis.

“As mortes por essas condições indicam que essa população não recebeu os cuidados de saúde necessários. Muitos pacientes com doença mental grave não têm acesso regular à atenção primária e existem muitos estigmas relacionados à saúde mental, o que pode afetar a qualidade dos cuidados que esses pacientes recebem”, dizem os pesquisadores.

Para eles, é urgente investir em prevenção ao suicídio e em intervenções para evitar acidentes e lesões, principalmente entre pacientes psiquiátricos entre 15 e 29 anos. Também é necessário remover barreiras para a integração dos cuidados.

“Cada internação psiquiátrica apresenta uma oportunidade de avaliação médica geral, possibilitando medidas preventivas de saúde que podem salvar vidas”, dizem os pesquisadores.

ONDE PROCURAR AJUDA PARA CASOS DE SUICÍDIO?

Mapa Saúde Mental
Site mapeia diversos tipos de atendimento: www.mapasaudemental.com.brCVV (Centro de Valorização da Vida)
Voluntários atendem ligações gratuitas 24 horas por dia no número 188: www.cvv.org.br.

FIQUE ATENTO SE ALGUÉM PRÓXIMO DE VOCÊ…

-Mostrar falta de esperança ou muita preocupação com sua própria morte
-Expressar ideias ou intenções suicidas
-Se isolar de suas atividades sociais e cortar o contato com outras pessoas
-Além disso: perder o emprego, sofrer discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero, sofrer agressões psicológicas ou físicas, diminuir práticas de autocuidado.

FONTE: Notícias ao Minuto Brasil / Folhapress.

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