Secretária de vigilância e regulação se reúne com municípios para preparativos do uso da vacina Pfizer no Ceará
A secretária-executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Magda Almeida, está se reunindo com os municípios para acertar os preparativos do uso da vacina Pfizer/BioNTech contra a Covid-19 no Ceará. A informação foi divulgada em entrevista ao Bom Dia Ceará, na manhã desta quarta-feira (14). A primeira reunião com as cidades foi realizada na terça-feira (13).
“Essa semana o Ministério já sinalizou uma nova remessa, que deve estar chegando para o Ceará, tanto de CoronaVac como de Astrazeneca, e também sinalizou na semana passada o envio da Pfizer. Ontem, a gente já teve reunião com as áreas descentralizadas de saúde. A Pfizer, ela tem outra sistemática, então, a gente está avaliando que municípios poderão fazer uso”, afirma.
Atualmente o Estado faz uso dos imunizantes CoronaVac e Astrazeneca/Oxford para a vacinação contra o novo coronavírus e ainda não há uma data para a chegada de lotes da Pfizer/BioNTech no Ceará.
Uma nota conjunta do Ministério da Saúde e Itamaraty, divulgada na última segunda-feira (12), afirma que o consórcio Covax Facility, vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS), entregará ao governo brasileiro um lote de 842.200 doses da vacina fabricada pela Pfizer/BioNTech, que estão previstas para chegar em junho.
Por conta da sistemática diferente, nem todas as cidades cearenses podem receber a vacina da Pfizer/BioNTech, que deve ser mantidas a uma temperatura inferior -70° C durante o transporte, para que o imunizante não perca sua eficácia.
A vacina da Pfizer e da BioNTech contra a Covid-19 é baseada no RNA mensageiro, ou mRNA, que ajuda o organismo a gerar a imunidade contra o coronavírus, especificamente o vírus SARS-CoV-2, segundo especificações da empresa. A ideia é que o mRNA sintético dê as instruções ao organismo para a produção de proteínas encontradas na superfície do vírus. Uma vez produzidas no organismo, essas proteínas (ou antígenos) estimulam a resposta do sistema imune resultando, assim, potencialmente em proteção para o indivíduo que recebeu a vacina.
Adesão ao isolamento social
Conforme Magda Almeida, houve baixa adesão das pessoas ao isolamento social rígido em vigor no Ceará até o último domingo (11). Durante esse período, apenas atividades essenciais estavam autorizadas a funcionar.
O novo decreto anunciado pelo governador Camilo Santana no último sábado (10) flexibilizou o isolamento social rígido e as atividades econômicas foram retomadas de forma gradual nesta segunda-feira (12).
Segundo a secretária-executiva de Vigilância e Regulação da Sesa, a baixa adesão causou uma redução mais lenta dos casos de Covid-19 em comparação com o isolamento social rígido realizado ano passado.
“A gente teve realmente uma baixa adesão, um baixo nível de isolamento e isso faz com que a gente tenha que prolongar algumas medidas de distanciamento, de isolamento, algumas regras e relação a isso. A gente tem visto uma redução de ocupação um pouco mais lenta e ainda uma contaminação das pessoas. (…) Então houve uma redução mais lenta dos casos e da transmissão e, por consequência, dos óbitos e das internações. Essa redução, diferente do que aconteceu ano passado, ela está sendo um pouco mais lenta. Não teve aquele impacto grande da redução brusca das internações”, disse Magda.
Pico da Covid-19
A secretária-executiva afirma que o comportamento dos casos de Covid-19 nas últimas semanas indica que o Ceará já passou pelo pico da segunda onda da doença.
“Pelo comportamento dos casos das últimas semanas, aparentemente a gente já passou pelo pico. Fortaleza como é a capital e tem o maior número de habitantes, ela sempre puxa esse pico em relação ao Ceará”, explica.
Espera por leitos
A plataforma Integrasus indica que a taxa de ocupação por pacientes com o novo coronavírus é de 94% nos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e de 81% nas enfermarias do hospital do estado, conforme a atualização das 10h desta quarta-feira (14).
Durante a semana, a média de espera por uma vaga em leitos nos hospitais era de 800 pacientes por dia.
Magna explica que algumas dessas pessoas que aguardam por vagas em leitos de Covid já estão sendo tratadas em hospitais, porém não são hospitais com nível de complexidade adequado e elas entram na fila por um leito.
“São pessoas que estão esperando que vague um leito de Covid para UTI ou enfermaria. Algumas dessas pessoas já estão em hospitais, elas já estão sendo avaliadas, já estão sendo tratadas, porém, muitas vezes, são hospitais que não tem um nível de complexidade adequado e elas também entram na fila. Há pessoas que precisam inclusive mudar para um leito de maior complexidade, pessoas que estão na enfermaria e precisam ir para UTI. Também têm pacientes com um perfil diferenciado. O HGF e o Hospital de Messejana atendem pacientes com perfil diferenciado, como pacientes com cardiopatia, muitas vezes o HGF também precisa transferir esse paciente”‘.
FONTE: Portal G1 – CE.