Com alto no consumo de cerveja, faltam garrafas de vidro na indústria de bebidas
Com o alto consumo de cerveja na pandemia, está faltando garrafas de vidro para as indústrias de bebidas. O cenário vem desde o fim do ano passado e está se repetindo neste início de 2021. É o que aponta relatório do Credit Suisse, assinado por Marcella Recchia e Henrique Rocha, que conversaram com um grande fornecedor de garrafas de vidro para o mercado brasileiro.
Acontece que a situação deve permanecer até 2023, somente quando a produção do produto deve se normalizar, conclui o relatório. A indústria deve adicionar entre 8% a 10% de capacidade até lá, o que deve ser mais do que suficiente para normalizar as restrições atuais.
E do fim de 2020 para cá, mesmo com a suposta desaceleração do consumo de cerveja em fevereiro, impulsionada pela baixa dos subsídios governamentais, da renda familiar e de preço mais alto da bebida, a indústria não foi capaz de construir estoques de garrafas de vidro.
Porém, a intensidade dos impactos, deve ser inferior ao ano passado, devido ao aumento da capacidade de produção em 2020, de 6% a 7%. Além disso, a análise traz que as importações têm sido uma alternativa para a indústria cervejeira.
Conforme o relatório, a Ambev, no entanto, não foi impactada pela escassez de garrafas, por causa de sua verticalização, com fabricação própria de latas e garrafas. Além de 44% das garrafas de vidro serem fornecidas internamente (dados de 2020), a empresa possui contratos sólidos com grandes fornecedores.
Não é o caso da Heineken e da Petrópolis, que foram as mais afetadas. Segundo o estudo, enquanto a Heineken solucionou o problema, parcialmente, com importação de 25% a 30% das garrafas no ano passado a preços 40% superiores do praticado no mercado interno, a Petrópolis desviou a produção para as latas de alumínio.
Diante das restrições, o relatório frisa, portanto, que as empresas se voltaram para marcas, segmentos e tamanhos de embalagens mais lucrativos, em detrimento dos de margem baixa e menos demandados.
FONTE: O POVO Online.