Jovem com paralisia cerebral é aprovado para Direito na URCA

Uma história de superação e inclusão social vem da cidade do Crato, no Cariri cearense. Emídio Kennedy Barboza Lucas, 19 anos, é um jovem com paralisia cerebral (PC) que venceu o desafio dos estudos e passou no vestibular para o curso de Direito, na Universidade Regional do Cariri (Urca). 

Após concluir o ensino médio, o jovem manteve o foco nos estudos e obteve a aprovação na cota de candidatos com deficiência para o curso de Direito da Urca, no período da tarde, no campus Pimenta, em Crato. 
Emídio Barboza pontua que aprendeu que todas as pessoas têm qualidades e singularidades e todas merecem respeito e inclusão. Outro ponto que o jovem destaca é a importância do apoio familiar, considerado fundamental para superar os desafios que a doença impõe. 

“A minha família sempre me tratou com muito carinho, amor e inclusão. Nunca me deixou fora das atividades familiares e eles sempre me fizeram rir de qualquer jeito. Eles me ajudaram muito a enfrentar as dificuldades da vida, sempre me abraçando e me dando todo o amor que precisava”, disse. 

O jovem estudante evidencia que “o amor é fundamental e de extrema importância na vida das pessoas”. Emídio diz que “crescer com essa doença não significa fraqueza, como muitas pessoas pensam, mas sim é um sinônimo de força para enfrentar todos os dias vários desafios sem baixar a cabeça”. 

A mãe de Emídio, Katia Barboza, especialista em fisioterapia neonatal e pediátrica, sempre esteve ao lado do filho dando toda assistência e o ajudando da melhor forma possível. “A dedicação dos pais, parentes e a inclusão social das pessoas com paralisia cerebral são fundamentais”, observou. 

Kátia Barbosa faz da dedicação ao filho exemplo e luta em defesa da inclusão para outras pessoas que sofrem com a doença. “Eu precisava dar essa oportunidade a ele, a mim e hoje faço pelos pais que lutam pela inclusão dos seus filhos”. 

A psicopedagoga Ieda Couras, diretora da escola da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), em Iguatu, esclareceu que a paralisia cerebral pode afetar a função motora, a função cognitiva ou ambas. “O espaço educacional tem obrigação de oferecer as adaptações pedagógicas e de acessibilidade”, pontou. “No ato da matrícula deve-se observar as necessidades, os recursos que o aluno vai precisar para adquirir o conhecimento”. 

Conscientização O mês de outubro é dedicado à conscientização sobre a paralisia cerebral. A data marca a luta em defesa da inclusão e dos direitos de pessoas com a deficiência. 

No Brasil, a cada mil crianças nascidas, estimasse que sete tenham paralisia cerebral. É uma das deficiências mais comuns na infância, causada por alterações neurológicas que impactam no desenvolvimento motor e cognitivo, interferindo na movimentação e postura corporal da criança. 

No mundo, existem cerca de 17 milhões de pessoas vivendo com paralisia cerebral e outras 350 milhões estão intimamente ligadas a uma criança ou um adulto com PC. 

A paralisia cerebral pode ser ocasionada durante o período de desenvolvimento da criança, ainda na gestação, por conta de alguma lesão no cérebro em desenvolvimento. Além disso, problemas no parto e pós parto também podem resultar nessa condição.

FONTE: Diário do Nordeste.

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