Cálculos que fizeram Câmara zerar PIS/Cofins eram ‘equivocados’, diz ministro

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse nesta quinta-feira que houve “equívoco” nos cálculos da Câmara que fizeram os deputados aprovarem redução a zero das alíquotas das contribuições do PIS/Cofins sobre o diesel. A estimativa dos deputados era de de um pacto de R$ 3,5 bilhões, muito abaixo do valor projetado pela Receita Federal, de R$ 12 bilhões.

— Em relação a ontem, aquela divergência de cálculo com relação ao valor do impacto da medida, os cálculos foram refeitos e a nossa posição é a correta. A decisão foi baseada em cálculos equivocados. O relator usou cálculos errados. Agora é avançar para um ajuste em relação as consequência das medidas. Houve um erro de cálculo — disse Marun.

Diante do impasse, o governo trabalha para revisar a medida quando a proposta chegar ao Senado, na próxima semana. A manobra, no entanto, pode trazer mais obstáculos para a negociação para o fim da greve dos caminhoneiros, já que o líder do movimento, José da Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam), disse nesta manhã que a paralisação só será suspensa com o fim do PIS/Cofins sobre o diesel.

O governo marcou para a tarde desta quinta-feira mais uma reunião, no Palácio do Planalto, com representantes dos caminhoneiros. Será o primeiro encontro após a Petrobras ter anunciado a decisão de reduzir em 10% o valor do diesel nas refinarias — e congelar esse preço por 15 dias.

— Nós ontem recebemos lideranças no setor de caminhoneiros. Foi apresentada uma pauta de reivindicações. De ontem para cá, já foi tomada algumas atitudes. Houve, por decisão da Petrobras, uma redução nos preços e uma garantia de manutenção por 15 dias. Vamos nos reunir novamente, mas já tendo tomado medidas concretas, que nós entendemos que pode resultar numa trégua para que as outras reivindicações possam ser analisadas — disse o ministro.

O fim da cobrança do PIS/Cofins foi incluído no projeto de reoneração da folha de salários. A votação da proposta, que estava parada na Câmara, foi uma contrapartida negociada pela equipe econômica para acabar com a Cide sobre o diesel e assim, atender um dos pleitos dos caminhoneiros, que estão em greve contra o aumento do combustível.

FONTE: Folha de São Paulo.

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