Apagão da última quarta-feira causou fortes prejuízos no comércio e na indústria
Por volta das 16 horas da última quarta-feira, 21, as luzes apagaram. Ninguém imaginaria que a escuridão duraria cinco horas, em meio a oscilações. Nas lojas, os clientes sumiram e foi preciso fechar as portas mais cedo, até por motivos de segurança. Além disso, caixas eletrônicos e máquinas de débito ou crédito não funcionavam. Os maquinários das fábricas pararam de funcionar e os operários foram dispensados. A quebra inesperada no expediente trouxe prejuízos no comércio e na indústria. Perdas ainda estão sendo mensuradas, mas chegam a até 30% para alguns setores.
O diretor da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Engel Rocha estima que as perdas no setor variaram entre 20 e 25%. “Uma venda perdida nunca é recuperada”, lamenta. Para a diretora institucional da Fecomércio-CE, Cláudia Brilhante, o apagão da última quarta-feira resultou em uma “grande perda”. “Você imagina as lojas que geralmente fecham 22 horas fecharem às 17 horas. É um prejuízo muito grande”, diz.
Na indústria, a queda de energia afetou setores como a construção civil e a produção gráfica. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, diz que é difícil ter números precisos da perda. “As empresas pararam e tivemos que, inclusive, dispensar os funcionários mais cedo”, relata. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Gráfica (Sindigráfica), Raul Fontenele, os prejuízos na indústria desse ramo foram apenas no sentido da produção. “Fizemos uma pesquisa se alguém tinha tido queima de equipamento, mas ninguém se manifestou”, conta.
Nas lojas da Aldeota, gerentes relatam que prejuízos foram altos. O gerente da Cecomil da avenida Dom Luís revela que a perda, contando as 10 lojas da franquia no Ceará, chegou a R$ 80 mil. “A média de faturamento de cada loja é muito alta, porque, como a gente vende tecnologia, são produtos muito caros”, explica. Ele relata que a loja também teve prejuízo material, já que algumas fontes de computador queimaram devido às oscilações de energia.
A gerente da Meia Sola da avenida Dom Luís afirma que o prejuízo na loja chegou a 10% por perda de vendas. No Bebelu da mesma avenida, vendedores relataram que naquele dia não conseguiram bater metas. No restaurante Coco Bambu da rua Canuto de Aguiar, na Varjota, o gerente disse que, apesar de o estabelecimento ter funcionado normalmente com uso de geradores, houve um faturamento abaixo do esperado, já que o movimento de clientes foi baixo.
No Centro, além do perigo de arrastões, compartilhado por vendedores entrevistados pelo O POVO Online, muita gente perdeu venda. O gerente da Banban Calçados da Praça do Ferreira, Wagner Marcos, estima o faturamento da loja 30% abaixo. “A loja tava assim como está agora, cheia de cliente. Quando apagou, a loja esvaziou”, lembra. O monitor da padaria Romana da Praça do Ferreira, André Lucas, estima as perdas em R$ 5 mil. “A gente só vendeu 10 mil ontem, geralmente a gente vende 15, 16 mil”, diz.
FONTE: O Povo.