Um terço do Nordeste se encontra no grau mais elevado de seca

O Nordeste brasileiro tem um terço de seu território no grau mais elevado de seca, segundo dados da ANA (Agência Nacional das Águas). Açudes e barragens acumulam apenas apenas 11,4% da capacidade total, de acordo com o sistema Olho N’água, do órgão federal Insa (Instituto Nacional do Semiárido). Esse é o índice mais baixo já registrado na região.

Em 2017, o Nordeste completou o sétimo ano de estiagem. O mapa do Monitor de Secas do Nordeste, da ANA, mostra 33,6% do território nordestino, em dezembro, com seca nível 4, o mais alto da escala e classificado como seca excepcional. Esse índice já chegou em 65% em 2016 e 47% em 2015. Em 2014, só 6% do território teve seca excepcional. No ano passado, foi registrado o nível 3, de seca extrema, em 29% do território nordestino.

Mesmo com mais chuvas em 2017 do que nos anos anteriores, os índices seguiram abaixo da média. O sistema Olho N’água, que monitora 452 reservatórios do semiárido brasileiro (Nordeste e norte de Minas Gerais), aponta que 62% dos reservatórios estão com índices abaixo de 10% do total. Atualmente, apenas 15 reservatórios nordestinos (menos de 4%) têm mais de 75% de seu volume total. 17% deles ficam com valores entre 10% e 25%.

Com a situação, açudes e barragens importantes para o abastecimento de diversas cidades estão secando. No início deste ano, a maior barragem do Rio Grande do Norte, a Armando Ribeiro Gonçalves, em Açu, atingiu seu volume morto. Caso não chova até fevereiro, cerca de 40 municípios podem ficar sem água.

No Ceará, o Castanhão atingiu também seu volume morto em novembro do ano passado. Dados da  Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) desta segunda-feira, 29, mostram que os 155 açudes monitorados apresentam volume de 1,25 bilhão m³, apenas 6,70% da capacidade total.

FOTO: Redação O POVO Online.

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