Temer fala em medida extrema no Rio e evita Previdência

O presidente Michel Temer decidiu não falar sobre a reforma da Previdência no pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV na noite desta sexta-feira (16). Após reunião com auxiliares, Temer fechou um roteiro que contempla apenas explicações sobre a intervenção federal na segurança pública do Rio, visto que a cúpula do governo avalia que as mudanças das regras na aposentadoria têm cada vez menos chance de avançar no Congresso.

Durante o filme, de três minutos e meio gravado no Palácio da Alvorada, Temer repete que os presídios do país “não serão mais escritórios de bandidos” e nem as praças “continuarão a ser salões de festa do crime organizado”.

A mesma frase exibida foi usada pelo presidente durante discurso na manhã desta sexta, no Palácio do Planalto, durante a cerimônia de assinatura do decreto que estabelece a intervenção no Rio até o dia 31 de dezembro.

No pronunciamento de rádio e TV, Temer manteve a retórica de que a escalada do crime organizado no Estado forçou o governo a tomar uma “medida extrema”, com “respostas duras”. Ele ressalta ainda a participação do governador Luiz Fernando Pezão (MDB) na construção do plano.

No discurso de mais cedo, porém, o presidente chegou a mencionar a reforma da Previdência, em uma tentativa de deixar as portas abertas para a apreciação daquela que seria a principal bandeira de seu governo.

O presidente disse que poderia “fazer cessar a intervenção” para votar a reforma, visto que há um entendimento na lei de que não pode haver mudanças na Constituição, como a PEC da nova Previdência, “na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio”.

“Quando ela estiver para ser votada, e naturalmente isto, segundo a avaliação das Casas Legislativas, eu farei cessar a intervenção”, disse Temer mais cedo.

O chefe da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por sua vez, já afirmou que o decreto “inviabiliza” a votação da reforma na próxima semana e que só consideraria suspendê-lo –caso haja essa possibilidade jurídica– se o governo alcançar os 308 votos necessários para aprovar a reforma. Hoje, no entanto, Temer e Maia sabem que não essa apoio suficiente em torno da medida e, portanto, o avanço da proposta é visto como pouco provável.

O pronunciamento do presidente em cadeia nacional foi ao ar às 20h25 desta sexta.

FONTE: Folha de Säo Paulo.

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